Agora vai

Calçadão da área central deve ganhar novo visual no início do ano que vem

Dinheiro para execução da obra já estaria garantido via financiamento do PAC Mobilidade, do governo federal

Demorou, mas parece que agora sai. Depois de muitos pedidos por parte de lojistas e da população em geral, o calçadão de Pelotas deve ser revitalizado. O projeto está praticamente pronto e a licitação deve sair do forno já no mês que vem. O espaço deve estar com novo visual já no início de 2017. O valor total da obra é estimado em R$ 6 milhões.

O projeto feito pela empresa Incorp Consultoria e Assessoria foi enviado no fim de 2015 à Unidade Gestora de Projetos (UGP) da prefeitura de Pelotas. Nas próximas semanas ele será entregue para avaliação da Caixa Econômica Federal, responsável por liberar os recursos do PAC Mobilidade. A expectativa do coordenador da UGP, Jair Seidel, é de licitar a obra no início de fevereiro.

As intervenções contemplam troca total da pavimentação nas ruas Andrade Neves, entre Lobo da Costa e Voluntários, e 7 de Setembro entre Osório e 15 de Novembro. O objetivo é padronizar. Os tradicionais ladrilhos hidráulicos devem ser abandonados por problemas de manutenção e custos. A lajota usada, de basalto e concreto, será maior e terá mais durabilidade por ser mais resistente.

Além de iluminação ornamental para deixar o centro mais belo à noite e aumentar a segurança, um caminho para acesso ao caminhão do Corpo de Bombeiros está no plano. Com isso, o veículo terá acesso a todo o Calçadão, o que não ocorre hoje.

Ao ser questionado pelo Diário Popular se a obra correria risco de ser reprovada pela Caixa ou de ter os recursos cortados (como ocorre com a revitalização da praça Coronel Pedro Osório, parada por falta de repasse de verba do governo federal), Seidel explicou que o dinheiro já está garantido. O PAC Mobilidade financia o valor de R$ 6 milhões. Ele deve ser pago pelo município ao longo de 15 anos - diferentemente do projeto da praça, onde o recurso é um repasse oriundo do programa Cidades Históricas.

Na avaliação, a Caixa pode pedir algum tipo de complementação ao verificar todos os procedimentos feitos na hora de elaborar o projeto. Mas não caberia à Caixa inviabilizá-lo, de acordo com Seidel.

Uma das intervenções mais impactantes da revitalização será a abertura para trânsito de veículos em baixa velocidade no trecho da Andrade Neves entre Floriano e Lobo da Costa. Ali, motoristas poderão ir por uma pista única e estreita em direção ao Mercado Central. Segundo Seidel, a ação deve tornar o Calçadão mais dinâmico. “Pela concepção moderna, esta convivência evita de o ponto se tornar uma zona morta.”

A mudança fará com que as bancas de doces da Andrade Neves sejam retiradas. As 12 doceiras, divididas em seis bancas, irão para a travessa Ismael Soares, localizada atrás da farmácia Khautz Associadas. O local deve ser batizado como Rua do Doce.

Para as doceiras Marcia Carvalho e Sandra Perboni, que trabalham há mais de 15 anos no local, a notícia é bem-vinda. Segundo Marcia, há pelo menos cinco anos fala-se em melhorar o espaço. De acordo com Sandra, se o trabalho não for interrompido nem dificultado a partir das mudanças, a padronização pode atrair ainda mais consumidores.

Mas as alterações ainda podem render polêmica. Ainda não é possível afirmar a localização exata que os cerca de 20 vendedores de lanches, crepes, churros, panquecas e pipocas ganharão após a obra, de acordo com Seidel. Os nove quiosques que hoje funcionam como revistarias e floricultura tendem a continuar no mesmo local.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Pelotas (Sindilojas), Gilmar Bazanella, torce para que o projeto saia do papel o quanto antes. “É um sonho que aguardamos há anos para ser realizado.” Ainda segundo ele, hoje o Calçadão - em situação precária - deixa a desejar diante do tamanho da representatividade do comércio para o Produto Interno Bruto (PIB) do município, de quase 56%.

Para Bazanella, a mudança deve voltar a atrair consumidores que desistiram de frequentar o local nos últimos anos. “Hoje pessoas de mais idade preferem ir a outros lugares já que o piso é irregular, além da falta de segurança, que também afugenta os compradores.”
Na UGP, Seidel garante que a execução é complexa e serão necessários estudos para que a intervenção não traga muito prejuízo aos comerciantes durante o período. “São problemas temporários, mas vamos conversar para ver a melhor forma de fazer.”

Longa espera
Em outubro de 2003 o Diário Popular já acompanhava ações pelo Calçadão: Shopping a Céu Aberto que, além de investir nos canteiros, também destacava a necessidade de melhorias no piso e da regularização na rede de esgoto cloacal, ligada irregularmente à pluvial.

Em março de 2012 o governo chegou a anunciar que a revitalização das ruas Andrade Neves e 7 de Setembro seria a última das 24 intervenções do chamado Polo do Sul, viabilizadas com o empréstimo de 18,9 milhões de dólares do Banco Mundial. O início da recuperação era projetado para o mês de julho, mas não saiu do papel. Oscilações do dólar teriam atrapalhado. Algumas obras, como o Calçadão e a pavimentação da avenida Leopoldo Brod, no bairro Três Vendas, foram suprimidas - explica Jair Seidel.

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